Um grupo de cientistas que estuda as temidas espécies invasoras de ecossistemas acaba de prestar um serviço pelo qual economistas poderão agradecê-los: publicaram um mapa completo da malha de rotas de grandes navios cargueiros entre portos do mundo todo.
O trabalho, que deve ser publicado ainda neste mês na revista "Journal of Royal Society Interface", se baseou nas trajetórias que mais de 16 mil navios cargueiros com capacidade acima de 10 gigatoneladas fizeram em 2007.
Ao final, conseguiu identificar quais são os portos mais "centrais" - aqueles incluídos em um número maior de rotas- e quais ligações são as mais movimentadas.
"Deu um trabalho dos infernos", disse à Folha Bernd Blasius, cientista do Instituto de Química e Biologia para o Ambiente Marinho, entidade que liderou o estudo na universidade.
Rastreio - "No começo, nós quase desistimos, porque achávamos que teríamos de contatar todas as empresas de transporte do mundo, mas hoje já existe um número grande de navios equipados com AIS (Sistema de Identificação Automática), e isso ajudou muito", explica Blasius.
O cientista se refere ao dispositivo que começou a ser instalado em escala global em 2001 para rastrear navios pelos seus nomes. Com uma equipe de apenas quatro pessoas, Bernd conseguiu classificar os navios de interesse registrados no AIS e entender suas rotas estudando pontos de ancoragem de portos do mundo todo.
"Isso é interessante não apenas para bioinvasão", diz. "Pode ser útil também para entender como nosso navios estão operando e para achar padrões em sistemas de comercio."
Invasores de portos - Com a intensificação do comércio marinho, a invasão biológica tem sido fenômeno cada vez mais comum, frequentemente com consequências desastrosas. Um exemplo clássico é o do mexilhão-zebra, originário da Rússia.
Transportado para os EUA, prolifera como praga entupindo encanamentos e causando prejuízo. No Brasil, o siri Charybdis hellerii, natural do Pacífico, prejudica populações de crustáceos. Tudo indica que os invasores foram transportados no lastro de navios.
Agora, com seu novo mapa naval, Blasius deve começar a fazer o estudo que pretendia desde o início: identificar as rotas que estão em maior risco de provocar bioinvasão. "Para isso, será preciso levar em conta fatores ambientais", explica, "como temperatura e salinidade da água nos vários portos".
De cara, ele já sabe que petroleiros e os transportadores de commodities são mais nocivos que outros navios, porque frequentemente navegam vazios e em rotas mais erráticas.
O trabalho, que deve ser publicado ainda neste mês na revista "Journal of Royal Society Interface", se baseou nas trajetórias que mais de 16 mil navios cargueiros com capacidade acima de 10 gigatoneladas fizeram em 2007.
Ao final, conseguiu identificar quais são os portos mais "centrais" - aqueles incluídos em um número maior de rotas- e quais ligações são as mais movimentadas.
"Deu um trabalho dos infernos", disse à Folha Bernd Blasius, cientista do Instituto de Química e Biologia para o Ambiente Marinho, entidade que liderou o estudo na universidade.
Rastreio - "No começo, nós quase desistimos, porque achávamos que teríamos de contatar todas as empresas de transporte do mundo, mas hoje já existe um número grande de navios equipados com AIS (Sistema de Identificação Automática), e isso ajudou muito", explica Blasius.
O cientista se refere ao dispositivo que começou a ser instalado em escala global em 2001 para rastrear navios pelos seus nomes. Com uma equipe de apenas quatro pessoas, Bernd conseguiu classificar os navios de interesse registrados no AIS e entender suas rotas estudando pontos de ancoragem de portos do mundo todo.
"Isso é interessante não apenas para bioinvasão", diz. "Pode ser útil também para entender como nosso navios estão operando e para achar padrões em sistemas de comercio."
Invasores de portos - Com a intensificação do comércio marinho, a invasão biológica tem sido fenômeno cada vez mais comum, frequentemente com consequências desastrosas. Um exemplo clássico é o do mexilhão-zebra, originário da Rússia.
Transportado para os EUA, prolifera como praga entupindo encanamentos e causando prejuízo. No Brasil, o siri Charybdis hellerii, natural do Pacífico, prejudica populações de crustáceos. Tudo indica que os invasores foram transportados no lastro de navios.
Agora, com seu novo mapa naval, Blasius deve começar a fazer o estudo que pretendia desde o início: identificar as rotas que estão em maior risco de provocar bioinvasão. "Para isso, será preciso levar em conta fatores ambientais", explica, "como temperatura e salinidade da água nos vários portos".
De cara, ele já sabe que petroleiros e os transportadores de commodities são mais nocivos que outros navios, porque frequentemente navegam vazios e em rotas mais erráticas.
Fonte: Folha Online
Ambiente Brasil